quarta-feira, 16 de outubro de 2013

REFLEXÃO - VOCE É O QUE VOCE COME

Texto extraído da revista Planeta - edição 482 / novembro de 2012
Por Inês Castilho


divulgação

 Terra onde, em se plantando, tudo dá, o Brasil cumpriu nas últimas décadas o vaticínio:  tornou-se celeiro do mundo. Nos anos 1970, surfou na onda da Revolução Verde e adotou o fertilizantes, a monocultura e a agricultura mecanizada. Quarenta anos depois, a onda virou tsunami: somos um exportador gigante de grãos e de carne. Mas e a busca por uma alimentação mais equilibrada?

A expansão do agronegócio e a cultura extensiva dos alimentos mecanizados e fertilizados também deixam um gosto imprevisto na boca dos brasileiros. O passivo ambiental legado por esse modelo industrial contabiliza erosão e esgotamento dos solos, poluição dos rios e aquíferos, desmatamento e extinção de espécies animais e vegetais. Se é verdade que a superpopulação mundial ganhou, nas últimas décadas, mais acesso a proteínas baratas, é mais que preocupante o número de pesquisas que ligam a indústria de agrotóxicos a doenças – sendo o câncer a principal delas.

Assim como do yin nasce o yang e vice-versa, datam também dos remotos anos 70 a busca por outro alimento. A inspiração veio do Oriente, da macrobiótica, que tem como base o equilíbrio entre sódio e potássio. Na capa de Refazenda, álbum de 1975, Gilberto Gil está sentado em postura de lótus, de quimono azul celeste, comendo com hashi. “Abacateiro, acataremos teu ato, teu recolhimento é justamente o significado da palavra temporão” – cantava. A lembrança veio em boa hora: já nos acostumávamos a comer tudo, de todo lugar, a qualquer tempo.

A partir dos anos 1980 também ampliaram se as lavouras orgânicas, os entrepostos e os restaurantes naturais. Vegetarianos ganharam visibilidade. Nasceram os movimentos mundiais de ecovilas. Surgiram as certificações e as feiras orgânicas, nas quais o alimento passa das mãos do produtor diretamente para as do consumidor. A primeira foi a de Porto Alegre, fundada em 1989, com a presença do ecologista José Lutzenberger (1926-2002).

Na mesma medida do progresso da devastação, ganhou escala e refinamento a produção agroecológica. O arroz biodinâmico Volkmann, por exemplo, cultivado desde 1983 em Sentinela do Sul (RS), é hoje revendido em mais de 800 entrepostos do país. “O mercado nacional acordou para os produtos orgânicos, não precisamos mais exportar”, diz seu produtor, João Batista Volkmann, que acaba de falar sobre “as forças vivas na lavoura de arroz” no I Congresso Internacional de Arroz Orgânico, ocorrido em Montpellier, na França, em agosto.

Mudança de hábito

Nesses últimos 40 anos, a vida nas cidades mudou. As mulheres entraram no mercado de trabalho e o hábito de comer na rua se consolidou. Substituímos os alimentos tradicionais, com hidratos de carbono complexos, fibras, vitaminas e minerais, por outros com hidratos de carbono de absorção rápida: alimentos processados, refrigerantes, salgadinhos com alto teor de gordura saturada e gordura trans – a chamada junk food, a comida pré-fabricada turbinada por produtos químicos. Mais de 80% dos brasileiros, de todas as idades, seguem, hoje, dieta inadequada. Ao mesmo tempo, com a melhoria na distribuição de renda e o aumento da prosperidade, o consumo per capita de bovinos atingiu 37,5 quilos em 2010, 5% a mais do que em 2009, apesar de uma alta de 38% no preço.

Fiéis às nossas raízes, felizmente continuamos comendo o tradicional feijão com arroz, uma mistura proteica rica em minerais e vitaminas. Mas ingerimos carne vermelha em excesso, e apenas um em cada dez brasileiros se alimenta com frutas, legumes e verduras recomendáveis. Acrescente-se a isso doses excessivas de gordura saturada, sal e açúcar – este, usado e abusado no cafezinho, alimento mais ingerido no país. As informações são da Análise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Pesquisa de Orçamentos Familiares (2008-2009).

As calorias baratas que lotam os supermercados contribuem com números recorde de doenças relacionadas à alimentação. “Há hoje mais obesos e pessoas com sobrepeso no mundo do que famintos. Os custos para o sistema de saúde e o comprometimento da qualidade de vida são imensos: será que as empresas não têm nada a ver com isso?”, pergunta o professor da FEA-USP Ricardo Abramovay, autor de Muito Além da Economia Verde. “Estamos plantando uma bomba-relógio nos corpos das crianças do mundo inteiro”, afirma Raj Patel, autor de Stuffed & Starved – The Hidden Battle for the World Food System (Cheios & Famintos – A Batalha Secreta Pelo Sistema Mundial de Alimentos), de 2007. “Hoje, os mexicanos tomam mais Coca-Cola que leite. O resultado é que um em cada dez mexicanos está diabético.”

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segunda-feira, 1 de abril de 2013

Ganhar tempo!

VOX dá dicas de como "ganhar tempo na vida".

Na correria que envolve família, casa e trabalho, não são raros os momentos em que desejamos um dia com mais de 24 horas. Aumentar a quantidade de minutos do relógio não é possível, mas fazer com que eles rendam mais – e, assim, tornar o dia mais longo – está ao alcance de todos. Basta um pouco de organização e mudanças simples nos hábitos cotidianos, sem abrir mão de nada. Especialistas ouvidos pelo VOX dão 10 dicas para você chegar lá. Confira.
1. Faça exercícios perto de casa ou do trabalho
A ideia é não precisar tirar o carro da garagem para chegar à academia. Em vez de gastar 40 minutos no trânsito (20 na ida e 20 na volta), caminhe por, no máximo, 20 minutos (10 na ida e 10 na volta).
Tempo economizado: 20 minutos por dia
2. Faça uma grande compra no supermercado por mês
Cada compra média semanal no supermercado envolve o tempo gasto no trânsito (40 minutos – 20 na ida e 20 na volta), na escolha dos produtos (20 minutos), na espera na fila do caixa (10 minutos), na passagem das compras pela registradora (5 minutos) e na organização da despensa da casa (15 minutos). Uma hora e meia por semana, seis horas por mês.
Fazendo uma grande compra mensal, o tempo gasto será um pouco maior no dia (duas horas, distribuídas em 40 minutos no trânsito, 35 minutos na escolha dos produtos, 10 minutos na espera na fila do caixa, 10 minutos na passagem das compras pela registadora e 25 minutos na organização da despensa da casa), mas será único.
Tempo economizado: Quatro horas por mês = uma hora por semana = 10 minutos por dia*
3. Compre produtos frescos em um mercado próximo de casa ou do trabalho
Mais uma vez, o objetivo é deixar o carro na garagem, ir a pé e economizar o tempo que seria passado no trânsito. A economia de tempo é de 20 minutos por vez (em vez de gastar 40 minutos no trânsito – 20 na ida e 20 na volta –, levam-se, caminhando, 20 minutos – 10 na ida e 10 na volta). Considerando que é comum precisar comprar frutas e verduras fresquinhas duas vezes por semana, chega-se a economizar 40 minutos semanalmente.
Tempo economizado: 40 minutos por semana = 6 minutos por dia*
 
 

4. Contrate o serviço de transporte escolar para as crianças
O tempo gasto no transporte escolar particular ultrapassa uma hora: 20 minutos para chegar à escola e deixar as crianças lá, outros 20 para voltar para casa, mais 20 para retornar à escola para buscá-las e os 20 finais para todos regressarem ao lar depois das aulas. Organizar um revezamento com outros pais já ajuda a ganhar tempo. E contratar o serviço de transporte escolar economiza o período na íntegra.
Tempo economizado: Uma hora e 20 minutos por dia
5. Determine horários para acessar os e-mails
Com os e-mails abertos o dia inteiro é difícil resistir à tentação de interromper o que está fazendo para dar “apenas uma olhadinha” no que acabou de chegar. Estima-se que uma pessoa gaste, em média, sete minutos cada vez que dá essa “entradinha básica”. Se repetir isso dez vezes ao longo do dia, são 70 minutos (1h10) gastos com e-mails. Determine quatro horários para checar a caixa de entrada e reserve 15 minutos para cada período, totalizando uma hora de seu dia para os e-mails.
Tempo economizado: 10 minutos por dia
6. Entre nas redes sociais duas vezes por dia
Facebook, Twitter, Instagram... São muitas as redes sociais com o (quase imperceptível) poder de sugar seu tempo, dadas as dezenas de atualizações de status e postagens de pensamentos e fotos de seus amigos. Em vez de acessá-las várias vezes ao longo do dia, podendo gastar até uma hora na soma de todos os logins, reserve dois períodos de 25 minutos cada para se atualizar e interagir com suas turmas em todas as redes sociais.
Tempo economizado: 10 minutos por dia

7. Aos domingos, faça um planejamento de todos os dias da próxima semana
Se a cada começo de dia você parar para colocar no papel o que precisa realizar até a hora de dormir, não gastará menos que dez minutos nessa tarefa – ou seja, 70 minutos (1h10) por semana. Fazendo o planejamento de todos os dias da semana seguinte na calma da noite de domingo, o tempo gasto será de, no máximo, 30 minutos, já que todos seus esforços estarão concentrados na agenda.
Tempo economizado: 40 minutos por semana = 6 minutos por dia*

8. Lave as roupas em um único dia da semana
Em vez de lavar poucas roupas todos os dias, no ciclo de 30 minutos da máquina de lavar (totalizando 210 minutos, ou 3h30, por semana), acumule as peças e lave-as uma vez por semana, em um ciclo de 1h30 (90 minutos), com a máquina cheia.
Tempo economizado: 120 minutos por semana = 18 minutos por dia*
9. Lave a louça uma vez por dia
Se lavar a louça do café da manhã, do almoço, do lanche da tarde e do jantar separadamente, você gastará em média dez minutos por vez – ou seja, 40 minutos por dia. Fazendo a lavagem de uma vez só, no final do dia, a tarefa levará no máximo 30 minutos.
Tempo economizado: 10 minutos por dia

10. Mantenha os armários e a despensa arrumados
Quase ninguém se dá conta, mas minutos preciosos são perdidos, diariamente, na procura de uma toalha, um pacote de cereais ou uma latinha de atum nos armários da casa. Estabelecendo o local em que cada item deve ficar, você irá direto a ele e não gastará tempo tentando lembrar onde o colocou pela última vez.
Conteúdo: IG